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quinta-feira, 24 de junho de 2010

A mídia impõe ou é a vontade do povo?

Gabriele Fernandes Siqueira

A influência que os meios de comunicação exercem sobre a população é indiscutível, e ela pode acontecer das maneiras mais diversas, o único quesito exigido é que uma mensagem seja passada. A partir do momento que a mensagem é transmitida, ela é feita com uma intenção, seja alegrar, indignar, influenciar, convencer entre tantas outras possibilidades. Sendo assim, ela interfere diretamente no desenvolvimento da opinião pública, que segundo Freitas (2000) tem sua origem em grupos que transformam-se em públicos quando se organizam em torno de determinado assunto para refletir, criticar e procuram uma atitude comum.

Um caso interessante pode ser identificado na matéria “Rock’n Roll por amor...”, divulgada pelo jornal Diário do Oeste na edição do dia 11 de junho. Ela conta a história da banda de rock Autoclav, formada por quatro amigos que encaram a banda como hobby. O que chama atenção na matéria é o depoimento de um dos integrantes quando fala sobre a dificuldade de ser músico em período integral, ele destaca que existem bandas realmente muito boas, mas que a mídia insiste em sustentar “qualquer dupla formada da noite para o dia”.

A banda ainda fala sobre as rádios tocarem sempre o mesmo tipo de música e não abrirem espaço para uma variedade maior de estilos. Então surge a pergunta, a mídia local, em específico, veicula o que o público gosta, ou ensinou o público a gostar do que veicula? Freitas (2000) afirma que a opinião pública recebe influência de vários fatores, como por exemplo, a dinâmica de uma sociedade, quanto mais estática ela for, mais difícil será de mudar sua opinião.

Concórdia é uma cidade pequena, colonizada por imigrantes que trouxeram grande peso cultural para a região, dessa forma costumes são detectados facilmente e modificados de forma lenta. Percebe-se, não só pelo que toca no rádio, mas também pelos eventos realizados na região, que o tipo de música que mais atrai multidões é o que mais tem destaque nos meios de comunicação. E isso não acontece por que alguns têm mais espaço, outros menos, é um fenômeno cultural, e segundo o sábio Aurélio cultura é “um conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade”.

O espaço para música, ou qualquer outra atividade que seja contrastante com os costumes locais, existe, tanto que o jornal Diário do Oeste é um exemplo veiculando essa matéria. O que não se pode exigir, é que da noite para o dia a opinião pública, já formada no povo concordiense, mude da noite para o dia. Quem sabe com o tempo essa mudança possa ocorrer, com influencia de fatores sociais e dos meios de comunicação.

FREITAS, Sidinéia Gomes. Formação e desenvolvimento da opinião pública. Disponível em < http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/opiniao publica/0017.htm>, acessado em 13 de jun. 2010.

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