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segunda-feira, 28 de junho de 2010

De quem é a culpa agora?

Esta semana quando acessei o site da Radio Rural e vi a seguinte matéria publicada no dia 26/06/2010: “Pai é preso por abusar sexualmente do filho em Lindóia”. Não tive dúvidas, este era o assunto da minha crítica.

Tudo bem, que escrever sobre este assunto (abuso de menores) requer certo cuidado, pois se tratando de crianças qualquer contexto se torna delicado. Mas o fato é que até pouco tempo atrás, o abuso sexual de crianças era tratado como um assunto proibido na sociedade. Entretanto, alguns anos pra cá esse tabu vem sendo quebrado, principalmente por conta da ação de denúncias. O que tem sido encontrado é alarmante, não apenas em freqüência de tais práticas, mas devido as conseqüências sociais. A criança, além de todo o sofrimento durante o abuso sexual, sofre danos a curto e a longo prazo e, uma intervenção precoce e efetiva pode modificar todo o desenvolvimento da criança.

O poder masculino na relação mostra que o homem ainda possui o papel de patrão, de dono e de ser superior à mulher. Contudo, um dos fatores determinantes na violência contra crianças, é baseado numa cultura em que o adulto sabe tudo e pode tudo. Com tudo isso, a visão deste homem diante do mundo e dos relacionamentos se torna muito diferente do jeito das outras pessoas. Perante o exposto, após tomar conhecimento de uma situação de abuso sexual, é importante amparar a vítima, dando apoio e transmitindo segurança, pois esta criança estará com sua auto-estima abalada, e geralmente não acredita que alguém possa ajudá-la. Para que isso pare, é necessário procurar apoio para que seja denunciado o caso, pois é denunciando que podemos combater o problema. A omissão, além de permitir a continuidade do abuso e da impunidade do abuso, também é crime, punido por lei.

Mas a sociedade não está parada e muita coisa vai mudando. A luta de mulheres e homens derruba aos poucos a dominação, e modifica o jeito de governar e de entender o papel da polícia (será??). Na maioria das vezes, o bem público vale mais que os interesses particulares! Entretanto, fechar os olhos, e fingir que o abuso sexual de crianças só pode acontecer na família dos outros é o mesmo que negar sua existência. Deixar de denunciar só defende a perpetuação doa atos.

Por: Geneci Lolli

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