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terça-feira, 6 de julho de 2010

Política no Brasil: disputa de interesses

O presidente Eduardo Pinheiro Moreira, que é considerado o pivô da crise entre a cúpula do PMDB e o diretório regional, teve a filiação suspensa, por decisão da executiva do partido depois de retirar sua candidatura a governador e estabelecer aliança com Raimundo Colombo do partido Democratas. Os dirigentes peemedebistas, por solicitação do PT, desistiram da intervenção no comando local e da anulação dos resultados da convenção, caso a sigla insista em indicar um vice para a chapa de Raimundo Colombo (DEM). A medida aplicada sobre Pinho Moreira impede que o dirigente concorra ao lado do candidato democrata e ainda faz com que perca o cargo da presidência estadual. Com a punição, o deputado federal João Matos, vice-presidente da sigla, assume o controle estadual. Apesar dos aliados do ex-governador Luiz Henrique da Silveira conseguirem uma vitória ainda parcial sobre o grupo de Temer, o vice de Dilma Rousseff (PT) na luta pela vaga presidencial, encontraram uma maneira de constranger os catarinenses, com o intuito de que os mesmos desistam da vaga de vice do DEM. Mas não foi somente em Santa Catarina que esse tipo de caso ocorreu. Na cidade gaúcha de Erechim, um jovem candidato resolveu por vontade própria se coligar com partidos nas quais o PMDB não faz coligações, e o que é pior, se lançou candidato por conta, sem comunicar o PMDB, sem saber se aprovariam essa sua candidatura. O que ocorreu nesse caso? A resposta é simples, e uma só. Julgamento dentro do partido, e ainda corre o risco de expulsão do PMDB. O que o candidato ganhou com isso? Absolutamente nada, apenas repúdio por parte de seus colegas de trabalho e do partido pela atitude desonesta que tomou.Muitas vezes, uma atitude impensada causa danos catastróficos. A liberdade entre os partidos acabou causando libertinagem. Uma conversa, um pedido de autorização, decisão tomada em grupo, poderia evitar grandes escândalos como esses. No entanto, se o palco político do País encontra-se nesse cenário, é porque há algo de errado nos bastidores.
O problema é intrínseco, a realidade da política brasileira é voltada para as ramificações partidárias. Muitas vezes o individuo não concorda com as propostas do partido, mas por respeito à sigla acaba acatando. Conveniência ou talvez descaso, tal atitude inibe a democracia política no País, que se intensifica com a liberdade de coligação partidária. E então eis que surge a problemática, como não existem diretrizes que imponham regras, cada político ou partido coliga com quem quiser, segundo seus interesses, sendo eles ideológicos ou até mesmo pessoais. Isso de certa forma representa a “possível liberdade”, que foi “podada” no caso de Pinho Moreira. Porém, o PMDB nacional tomou a frente e impôs ao partido do estado de Santa Catarina sua vontade “goela a baixo”, e após 25 anos do fim da Ditadura Militar, o Estado Catarinense vivenciou uma censura. Coligar partidos que não possuem visões semelhantes para trabalhar em torno de um bem comum é pensar apenas no poder, mas como exigir um posicionamento diferente se a legislação “parou no tempo” e não ampara?Uma providência que poderia ajudar a mitigar a “nuvem escura” que paira sobre a política nacional e assim evitar esse tipo de situação seria a verticalização dos partidos, ou seja, as coligações estaduais seguirem as coligações federais e assim por diante. Tal atitude obrigaria cada partido a individualizar-se e voltar a seguir suas ideologias. Um exemplo muito claro é a junção do PMDB com PT, dois opostos extremos, de um lado pmdebistas liberais de direita, e do outro ptistas de esquerda. Uma união um tanto desequilibrada, que acabou por influenciar também na confusão das coligações em Santa Catarina.
Gabriele Siqueira, Gislaine Zanella e Michele Vergani

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Uma situação anárquica

Por: Damara Savoldi, Geneci Loli e Fabiana Martins

A decisão de Eduardo Pinho Moreira (PMDB) está dando novos rumos para as eleições de 2010. Ao tentar se coligar com o DEM, para ser vice de Raimundo Colombo para o governo do Estado, deixando o cargo de candidato a governador, Pinho Moreira quebrou regras e acendeu uma atitude de intervenção e repreensão por parte do PMDB Nacional.
Pinho Moreira não almejou uma eleição próspera, por isso, buscou coligação. Porém, o PMDB Nacional irá apoiar a candidatura de Dilma Roussef (PT) enquanto o DEM Nacional apoiará o candidato José Serra (PSDB). Segundo o PMDB Nacional, esse quadro faria com que em Santa Catarina, os partidos que concorrem a presidência da República, se tornassem aliados. Ou seja, sem a intervenção do PMDB, haveria disparidade de ideologias e campanhas.
Por outro lado, o fato de Pinho Moreira juntamente com a cúpula estadual, tomar a decisão por conta própria e não comunicar o Partido Nacional, revoltou os dirigentes do PMDB. Aí, entra a questão dos poderes e da falta de verticalização. Os partidos Nacionais não estão conseguindo estabelecer condutas uniformes aos partidos estaduais por falta de critérios concretos, que não foram definidos em convenções. Por este ângulo, Pinho Moreira estaria respeitando a Cúpula Estadual, dentro do que se refere à não-verticalização.
Na quinta-feira, dia 1º de julho, a reunião do PMDB Nacional, que votará no Conselho de Ética, decidirá se Pinho Moreira ficará ou não sem partido e sem poder de concorrer ou fazer coligação. Para Michel Temer, presidente do PMDB Nacional, os atos de Pinho Moreira foram considerados inconstitucionais e antiéticos. O senador Pedro Simon (PMDB – RS) disse que o PMDB está agindo de forma absurda, pois está apresentando uma situação para cada estado. As palavras do senador podem ser explicadas observando que o PMDB justifica que a situação de Santa Catarina é diferente de outros diretórios regionais como São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, onde também há apoios a candidatos fora da coligação com o PT.
Dessa maneira, a conduta do PMDB está confusa. Ainda não há um consenso que possa ser aplicado em todas as situações. A liberdade de Pinho Moreira em solicitar coligação foi totalmente barrada, sendo considerada absurda, talvez porque não tenha passado pelas mãos de Michel Temer. O cenário das coligações estaduais feitas pelo PMDB, mostram que Pinho Moreira fez o que já estava sendo feito em outros estados. Isso faz com que as decisões do PMDB Nacional sejam anárquicas e os reais interesses envolvidos nas coligações efetuadas, estão sendo ocultados.

Os desencontros da política estadual

Acadêmicas: Daniela Heydt, Graziele Buth, Lana Cappellesso


As escolhas ou possíveis escolhas dos partidos em âmbito estadual definitivamente não agradaram o diretório nacional das siglas. Desde a afirmação do então candidato ao governo do estado de Santa Catarina pelo PMDB, Eduardo Pinho Moreira, de que não concorreria mais a vaga e apoiaria o ex senador Raimundo Colombo do DEM, que os ânimos de filiados e simpatizantes regionais, estaduais e nacionais não estão muito bons. Ao que parece Pinho Moreira tomou a decisão sozinho, provavelmente sob a influência do ex governador Luiz Henrique da Silveira, que queria continuar vendo a tríplice aliança no governo estadual, mesmo que não fosse com a cabeça de chapa.
A decisão, que inicialmente não agradou aos diretórios regionais, já que os filiados acreditavam numa possível eleição de Pinho Moreira ou pelo menos numa vaga em segundo turno, ganhou ares mais sérios na executiva nacional, que mesmo antes da convenção ameaçou intervir formalmente. No final deste mês o PMDB reuniu todos os seus militantes em uma reunião em Florianópolis e resolveu através de votação o que seria o futuro do partido no estado. Grande parte dos filiados escolheu pela coligação com o DEM, colocando Pinho Moreira como vice na chapa encabeçada por Raimundo Colombo.
Nesta quarta-feira (30), quando os partidos tem a ultima chance de colocar seus candidatos a disposição ou apresentar suas coligações, uma reviravolta no cenário do PMDB e PSDB fez com que os partidos tivessem que se reunir as pressas. No PMDB, a executiva nacional interviu, suspendendo a filiação de Eduardo Pinho Moreira, o impossibilitando de concorrer a vice na chapa de Colombo e ameaçando fazer o mesmo caso outro nome do partido fosse lançado ao cargo. O fato é que a sigla esta apoiando Dilma Roussef a presidência, e o DEM está apoiando José Serra, o que obrigaria os palanques estaduais a se dividirem, e isso definitivamente o partido em escala nacional não quer.
Já no PSDB, apesar de Leonel Pavan estar disposto a concorrer, mesmo com todos os últimos acontecimentos e acusações contra ele, a executiva nacional terminou com seu sonho, e também nesta quarta-feira, decidiu que se a sigla não apoiasse Raimundo Colombo na corrida estadual, faria a intervenção formalmente.
Quase que Luiz Henrique conseguiu o que queria, continuar a tríplice e lançar seu amigo Pinho Moreira, mesmo que para vice. Há que diga, que em âmbito nacional, quem venceu foi Paulo Afonso Vieira.
Com todos esses acontecimentos quem ganha é PP e PT, que já decidiram lançar Ângela Amim e Ideli Salvatti, respectivamente. Sem muitas brigas ou divergências as duas candidatas já estão preparando suas campanhas, o que não acontece com a “famosa” tríplice, que ainda não decidiu se permanece ou quebra.
Ainda hoje todas as coligações e candidatos precisam, impreterivelmente, estar formadas. O jeito é aguardar o turbilhão da política.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Coligações X Ditadura

Por: Kate Bianca Pech Gavin, Anna Sela Sgarabotto e Janaína Moura

Tudo começou com uma nota oficial do partido que explicou que Pinho Moreira "insistiu em se reunir com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e com a candidata Dilma Rousseff, com quem assumiu compromisso de apoio eleitoral em Santa Catarina". Ponderou, também, que este compromisso assumido pelo diretório catarinense "gerou atitudes do PT em Estados onde havia empecilhos à coligação", e que estas atitudes "criaram condições para que a aliança nacional com o PMDB fosse realizada". A assessoria de imprensa do partido encerra a nota oficial dizendo que "a Executiva Nacional se vê obrigada a assegurar que, no processo político, palavras e compromissos assumidos sejam cumpridos integralmente".
’Como os catarinenses mantiveram a convocação de convenção estadual no dia 26, a executiva também baixou uma "norma acessória", determinando que a convenção de Santa Catarina deve ser realizada no dia 30. A partir daí, Pinho Moreira tinha o prazo legal de oito dias para apresentar a defesa em nome do diretório local. Amigo de Temer que acompanha cada passo da executiva nacional, o deputado Eduardo Cunha do PMDB-RJ, diz que a situação é política e que a solução tem que ser política também. Segundo ele, o argumento "político" para a intervenção é o descumprimento do compromisso que Pinho Moreira assumiu com Temer e a candidata petista a presidente. "Não podemos começar uma aliança passando a imagem de pusilânimes", justifica Cunha”.
Com todo esse tumulto na verdade Pinho Moreira queria coligar-se a Colombo, ou seja, DEM com o PMDB, sendo que o DEM apóia para presidente José Serra, já o PMDB apóia Dilma Rousseff, o que causaria conflitos em dimensão nacional envolvendo os dois partidos, pois eles estariam se contradizendo, em estado e país.
No momento todo essa confusão resultou na seguinte noticia: Fonte: Rádio Rural - “PMDB suspende a filiação de Eduardo Pinho Moreira”
“O PMDB catarinense não poderá substituir o ex-governador Eduardo Pinho Moreira na chapa de Raimundo Colombo. É o que informa o deputado Eduardo Cunha, conforme nota no "Blog do Noblat". Leia:
A Executiva Nacional do PMDB decidiu há pouco abrir medida cautelar e processo de expulsão contra o presidente regional do partido em Santa Catarina, Eduardo Moreira.
A cúpula do partido é contrária à iniciativa de Moreira que confirmou aliança com Raimundo Colombo (DEM), candidato ao governo local. "Com a medida cautelar, Eduardo Moreira na prática deixa de fazer parte do partido, não pode representar o PMDB", garantiu ao blog o deputado Eduardo Cunha (RJ) presente na reunião de hoje.
Com a medida, Colombo deve buscar outro nome para compor a chapa como vice. "Ser for outro nome do PMDB, o caso deverá ter o mesmo desfecho do Eduardo Moreira", ressaltou Cunha. Além da medida cautelar, o partido também encaminhou ao Conselho de Ética processo de expulsão de Moreira, que deve ser analisado nos próximos 60 dias.
A ideia de intervenção também não foi descartada e ainda é analisada pela cúpula do PMDB como forma de mostrar força frente ao diretório regional do partido”.

Ficam aqui alguns questionamentos para melhor análise do caso: Quanto vale as ideologias propostas por um partido, em contra partida de suas deficiências? Resumindo, um partido se edifica sob diversos princípios, mas isto não garante pessoas capacitadas para assumir cargos políticos. Assim muitas vezes deixando de lado suas ideologias para apoiar pessoas capacitadas de outros partidos com diferentes ideologias?
Partidos é uma Ditadura? O maior decide, e os demais dizem sim?

Dunga e Rede Globo: Batalha de titãs

Gabriele Siqueira e Gislaine Zanella

Dunga e a Rede Globo de Televisão estão em guerra. Após vários cortes de regalias feitos pelo técnico a “toda poderosa” emissora, o clima ficou tenso entre as duas partes chegando ao ponto de Dunga proferir algumas palavras pejorativas a um jornalista da TV Globo. Ambos disputam a tapas o controle da seleção brasileira, se por um lado a emissora tenta de todas as artimanhas para garantir sua exclusividade, do outro o técnico garante que sua concentração seja impenetrável.
O campo de batalha foi montado muito antes de o avião brasileiro decolar para África do Sul. Desde que assumiu o controle da seleção, Dunga não tem sido muito simpático com a imprensa. Em 2008 ele vetou a participação de Diego e Robinho num programa televisivo e nas Olimpíadas de Pequim na China, chegou a acreditar que alguns jornalistas, especialmente os da Rede Globo, torciam contra o Brasil e queriam sua demissão.
“Dunga resistiu ao fracasso olímpico, passou a acumular bons resultados e ganhou força para perseguir seus desafetos, inclusive na Globo. O ápice da disputa aconteceu quando pediu a demissão de Mário Jorge Guimarães, um dos principais profissionais da emissora até então na cobertura da seleção. Guimarães acabou deixando suas funções na Globo e assumiu um cargo executivo no Sportv, canal esportivo por assinatura da empresa. No ano passado, no próprio Sportv, Dunga atacou sem rodeios a cobertura que a emissora fazia sobre o time”.
Com o Mundial o técnico aproveitou para se “vingar” e mostrar que, enquanto ele estiver no comando da linha de fogo, tem todo o controle da seleção. A emissora global já possui um histórico de regalias quando o assunto é Copa do Mundo, até mesmo a transmissão dos jogos já teve sua concessão obtida somente pela emissora. Dunga quebrou um paradigma que nasceu junto às coberturas esportivas na TV brasileira. Nem mesmo a justificativa de ter a autorização assinada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira conseguiu furar a muralha erguida pelo técnico. E pela primeira vez na história a “toda poderosa” perdeu o rebolado.
Dunga ganhou o apoio do povobrasileiro e o ciberespaço transformou-se em uma corrente de apoio a seu favor. Uma prova são as manifestações no twitter, MSN, Orkut e facebook. Manifestações como “Cala a boca Galvão”, ou o boicote para a transmissão dos jogos pela emissora foram os mais populares entre os twitteiros.
Por outro lado, parece que Dunga trocou de papel com Zangado e passou um tempo na “Cidade de Deus”. Ao agredir verbalmente o jornalista da Globo, Alex Escobar, no Soccer City, durante a entrevista da Fifa, após a vitória de 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, o técnico baixou o nível igualando-se a seu adversário. Tal fato ofuscou o que poderia ter sido uma gloriosa batalha, jamais alcançada por nenhum outro técnico.
Para Luís Felipe Scolari, um general que passou pela mesma batalha e conquistou o título do penta na copa Japão e Coréia do Sul em 2002, Dunga falhou nessa estratégia. Em um evento onde todas as câmeras do mundo estão direcionadas em apenas um lugar, é necessário manter o equilíbrio e a compostura. “Não adianta um bater aqui, o outro bater ali. Então, vamos todos nos aturar e, quando o Mundial terminar, um manda o outro para o inferno e, pronto, acabou”, conclui Scolari.

Dunga corta privilégios da TV Globo

Por: Damara Savoldi, Fabiana Martins e Geneci Loli

“A briga entre Dunga e a Rede Globo, escancarada pela emissora na noite de anteontem no programa "Fantástico", é mais um capítulo de uma disputa inédita por mais acesso à seleção brasileira”.
O repórter Tadeu Schmidt detalhou o episódio. Durante a coletiva, Escobar conversava com o próprio Schmidt ao telefone. Ao ouvir Dunga tecer críticas ao trabalho da imprensa, Escobar reagiu balançado a cabeça, em sinal de desaprovação. O treinador interrompeu a resposta que dava, sobre pressões para que Luís Fabiano deixasse o time e então interpelou Escobar: “Algum problema… Ah bom, pensei que tinha…” Enquanto outro repórter formulava sua pergunta, Dunga balbuciou palavrões e xingamentos – captados pelos microfones da sala de imprensa.
Mas, a rivalidade entre Dunga e Globo não é de hoje. “Ao longo dos últimos dois anos, o treinador encerrou décadas de privilégios da TV e partiu para o confronto”. Um exemplo ocorreu nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, após o jogo contra a Bélgica com a vitória brasileira por 3 a 0. Dunga se virou para a tribuna de imprensa e despejou uma série de palavrões, antes de um gesto irônico de 'tchau'. Tudo flagrado pelo telão do estádio. O destino da mensagem era os profissionais da Rede Globo.
A rivalidade realmente existe. Em todas as oportunidades, Dunga tenta se posicionar justificando sua conduta perante a seleção Brasileira. Ele entende que, o futebol deve ser praticado com patriotismo e profissionalismo. Na visão dele, não deve haver tanta interferência da mídia nas concentrações da equipe. Dessa concepção nasceram os problemas com a Rede Globo, que pela primeira vez foi barrada quando tentou transformar jogadores de futebol em astros para alimentar suas pautas.
“Nesse caminho”, o técnico partiu para um lado não aconselhável quando se quer defender uma ideia. Dunga, talvez por sua personalidade forte, “acumulou palavrões contra profissionais da emissora, pediu a cabeça de desafetos no canal e se colocou no papel de censor e crítico de reportagens”.
“Os primeiros pedidos da emissora negados por Dunga datam de maio de 2008, quando o Brasil fez um amistoso com a Venezuela em Boston. Na ocasião, o técnico vetou a participação de Diego e Robinho em programa. O ápice da disputa aconteceu quando pediu a demissão de Mário Jorge Guimarães, um dos principais profissionais da emissora até então na cobertura da seleção. Guimarães acabou deixando suas funções na Globo e assumiu um cargo executivo no Sportv, canal esportivo por assinatura da empresa”.
Mas, Dunga mostrou que levou as situações para o lado pessoal quando, “no ano passado, no próprio Sportv, atacou sem rodeios a cobertura que a emissora fazia sobre o time. Criticou reportagem do jornalista Mauro Naves, outro que esteve em Pequim, em que o profissional descrevia um treino da equipe como "leve" --Dunga detesta quando alguém fala que seu time não treinou pesado. Falcão, um dos principais comentaristas da emissora, é outro profissional da Globo na lista negra do técnico”.
“Em maio, no dia em que anunciou os 23 jogadores que iriam ao Mundial, Dunga fez rara deferência à emissora e concedeu entrevista ao vivo no "Jornal Nacional", dando sinais de uma trégua”. Descontraído e sorridente, Dunga respondeu com humor aos apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes. Quando questionado sobre a ausência de Neymar e Ganso na convocação, o técnico respondeu claramente: “A história na seleção demonstra que jogadores sem experiência que foram à Copa do Mundo não deram muito certo. Mas eles são grandes jogadores”. Quando os apresentadores compararam a seleção atual com a de 1994, Dunga gostou, justificando que esse foi um de seus objetivos: “resgatar a vontade de jogar pelo Brasil”. No fim da entrevista, houve uma brincadeira. Fátima perguntou para Dunga se ele já estava acostumado em ser chamado de professor. Ele respondeu sorrindo, que se sentia constrangido porque sua mãe era professora...
Esta atitude de Dunga mostrou maturidade, porque ele soube conduzir a situação, justificando suas escolhas na convocação com educação. “Na Copa, porém, a relação se deteriorou rapidamente depois que Robinho, em dia de folga, falou com a TV em um shopping --foi obrigado a pedir desculpa ao elenco”. Ao que parece, o técnico não soube expressar sua “política de liderança”, porque, mais uma vez, preferiu ser rude ao invés de explicar o contexto. Todo o time pagou por uma falha de comunicação. Segundo Robinho, ele não sabia da proibição.
“O ataque de anteontem foi a gota d'água, motivando a resposta da Globo, que deve azedar ainda mais uma relação que já foi umbilical”. Agora Globo e Dunga estão partindo para uma guerra inútil, que prejudicará a seleção Brasileira e os torcedores. A primeira, por perder o norte de conduta em campo e os brasileiros, por não serem informados jornalisticamente, mas somente de brigas fúteis e desnecessárias.

Brigas entre Dunga e Imprensa não dão tréguas

NOME: Anna Paula Sgarabotto


A briga do técnico da seleção brasileira com a imprensa , parece que está apenas começando. Primeiro três jogadores iriam ceder entrevista a Rede Globo e o técnico barrou os atletas.
Que a Globo se julga a rainha da cocada preta, isso ninguém discute , mas a coragem do técnico de impor certas normas é o que de fato chama a atenção. Ele foi proibindo as imagens dos treinos, proibindo entrevistas de jogadores, e soltando alguns palavrões .
Talvez seja um pouco de exibicionismo, mas me pergunto: para que em plena copa, quando indiscutivelmente já se é o centro das atenções, para que dificultar o trabalho da imprensa, ofender os jornalistas, comportando-se como um garoto mimado que não quer seus limites invadidos?
Notícias da Internet divulgam que a jornalista da Rede Globo Fátima Bernardes, chegou na véspera do jogo contra a Coréia do Norte querendo fazer uma entrevista exclusiva e o técnico se negou “ou a entrevista é para todos ou para ninguém “. Fátima até tentou argumentar, mas nada de convencer Dunga.
Parece que o jeito Dunga de ser não é só com jornalistas brasileiros. Nesta copa, ele anda desrespeitando diversos profissionais independente da nacionalidade, querendo sentir-se o todo poderoso, apenas por liderar a única seleção pentacampeã do mundo.
Mas nem só de discussões vive Dunga, se aos jornalistas ele distribui patadas, sobra diplomacia e respeito ao se pronunciar sobre outras seleções . Não há provocações nem discussões registradas neste sentido.
O mau comportamento invadiu até a Internet, onde além de diversas noticias trouxe inúmeras postagens do Twitter , criticando o posicionamento do técnico da nossa seleção .
Dificil acreditar, que tanto um lado como o outro da discussão vão se acalmar, vendo que a função da imprensa é justamente , acompanhar e conseguir furos, porém o técnico parece cada vez mais irredutível.