O problema é intrínseco, a realidade da política brasileira é voltada para as ramificações partidárias. Muitas vezes o individuo não concorda com as propostas do partido, mas por respeito à sigla acaba acatando. Conveniência ou talvez descaso, tal atitude inibe a democracia política no País, que se intensifica com a liberdade de coligação partidária. E então eis que surge a problemática, como não existem diretrizes que imponham regras, cada político ou partido coliga com quem quiser, segundo seus interesses, sendo eles ideológicos ou até mesmo pessoais. Isso de certa forma representa a “possível liberdade”, que foi “podada” no caso de Pinho Moreira. Porém, o PMDB nacional tomou a frente e impôs ao partido do estado de Santa Catarina sua vontade “goela a baixo”, e após 25 anos do fim da Ditadura Militar, o Estado Catarinense vivenciou uma censura. Coligar partidos que não possuem visões semelhantes para trabalhar em torno de um bem comum é pensar apenas no poder, mas como exigir um posicionamento diferente se a legislação “parou no tempo” e não ampara?Uma providência que poderia ajudar a mitigar a “nuvem escura” que paira sobre a política nacional e assim evitar esse tipo de situação seria a verticalização dos partidos, ou seja, as coligações estaduais seguirem as coligações federais e assim por diante. Tal atitude obrigaria cada partido a individualizar-se e voltar a seguir suas ideologias. Um exemplo muito claro é a junção do PMDB com PT, dois opostos extremos, de um lado pmdebistas liberais de direita, e do outro ptistas de esquerda. Uma união um tanto desequilibrada, que acabou por influenciar também na confusão das coligações em Santa Catarina.
Gabriele Siqueira, Gislaine Zanella e Michele Vergani