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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Importância do projeto gráfico

Por: Damara Savoldi

Diagramar é distribuir os elementos gráficos em um espaço limitado impresso ou virtual. Na diagramação de jornais e revistas, a linha editorial do veículo orienta as diretrizes que compreendem a hierarquia e a legibilidade do conteúdo. O aspecto visual é a identidade de um veículo, pois o leitor conseguirá identificá-lo sem mesmo ver o logotipo. Isso é propiciado pela adoção de um padrão, que resulta em uma unidade gráfica.
Plaza (1986) identifica que o olhar do ser humano segue caminhos variáveis, mas fortemente determinados pelos elementos de maior interesse na composição visual. Dessa maneira, segundo Silva (1985), o leitor fixa a atenção em zonas específicas de uma página de jornal ou revista. A zona primária está na parte superior esquerda da página, onde deve conter um elemento forte, para atrair o interesse. A segunda zona está direcionada em linha diagonal à primeira, ou seja, na ponta direita, na extremidade da página. Então, nesse espaço, também deve haver maior valorização do conteúdo. Seguindo, o terceiro olhar se volta para o centro da página, considerado o centro ótico, onde deve-se explorar a matéria principal. Há que lembrar ainda, que as páginas ímpares destacam-se sobre as pares. De acordo com este embasamento é possível analisar e pontuar a importância de um projeto gráfico para um veículo de comunicação impressa.
No jornal Imparcial, de circulação semanal em Concórdia e região, é possível perceber que os elementos não seguem um padrão de disposição nas páginas. Também, a falta de linhas para dividir as matérias e editorias, pode causar confusão na organização das informações pelo leitor. As tendências do jornalismo moderno apontam para textos objetivos, com “quebras” para facilitar a leitura, tornando os textos mais “leves”, o que não é encontrado na diagramação deste jornal. Já os espaços ímpares, são valorizados com colunas e matérias de destaque. Neste caso, o estabelecimento de um projeto gráfico padrão, poderia sanar alguns problemas e tornar o conteúdo mais atrativo.
No O Jornal, veículo de circulação bi-semanal de Concórdia e região, a preocupação também está em valorizar as páginas ímpares, que hierarquizam matérias e colunas de maior interesse. Os textos, por sua vez, apresentam conteúdo sério e informativo, que segue a linha editorial do jornal, mas, sua disposição de forma massiva, sem intertítulos ou “box”, pode não prender o leitor até o final da matéria. A identidade do veículo pode ser identificada no padrão de disposição dos elementos da capa, que são semelhantes em todas as edições. Por outro lado, na parte interna, as matérias variam em cada página, ou seja, não há um padrão de foto e número de caracteres para cada matéria. Portanto, uma notícia, se considerada importante, pode ocupar o espaço de uma página inteira. Essas decisões acompanham a linha editorial do jornal, avaliado sua circulação bi-semanal, que confere mais aprofundamento para as matérias. Ainda assim, o estabelecimento de um padrão visual de disposição dos elementos, poderia fortalecer a identidade do veículo.
O Jornal Diário do Oeste Catarinense, de circulação diária em Concórdia e região, indica na página 2, a existência de um projeto gráfico com planejamento e criação de Sandro Panisson. Partindo dessa informação, é possível constatar que os elementos gráficos seguem um padrão de disposição em todas as páginas. As matérias principais são sempre dispostas na parte superior, acompanhadas de foto. As secundárias, podem ou não apresentar fotos. Na lateral são dispostas matérias, seguindo a ordem de hierarquia. Os textos são curtos e objetivos, com presença de box e intertítulos. Por outro lado, as matérias que merecem aprofundamento, ocupam uma página, mas são indicadas como “especiais” no cabeçalho que aponta as editorias.
Nos três veículos é possível perceber a disposição de publicidades na parte inferior das páginas, o que é proposto por Silva em suas teorias sobre planejamento gráfico. Ainda assim, estes veículos precisam melhorar seus projetos gráficos para não “poluirem” as páginas com muitas publicidades, propiciando ao anunciante espaço exclusivo, que pode trazer mais resultado, e atendendo ás necessidades de informação limpa ao leitor, que não deve se perder entre as publicidades.

Fontes:
SILVA, Rafael Souza. Diagramacão: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa. São Paulo: Summus, 1985.
PLAZA, Julio. Videografia em Videotexto. Editora Hucitec, São Paulo, 1986.(Dissertação de Mestrado na PUC/SP , 1980-83)

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