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terça-feira, 27 de abril de 2010

A nova descoberta do prazer

Eles querem falar sobre sexualidade – matéria publicada no jornal “Diário do Oeste”, no dia 23/04/2010

Por: Geneci Lolli

O que me preocupa hoje em dia é a expressão de nossa cultura pós-moderna, que valida cada vez mais valores que outrora eram tidos como revolucionários. Porque falar sobre sexualidade é muito fácil. Difícil é expor este assunto para jovens e adolescentes. Talvez seja por isso, que para eles escolher por quais caminhos seguir e que decisões tomar é difícil em qualquer fase da vida. Durante a juventude não é diferente. Fazer escolhas são grandes tormentos, que geram dúvidas e conflitos. E quando o assunto é a sexualidade as dúvidas parecem ser ainda maiores.

O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, “antenado” com os acontecimentos, mas as pesquisas mostram que quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situações. Talvez seja por isso, que o comportamento destes jovens tenha mudado nos últimos anos, e o tema sexualidade está se tornando cada vez mais banalizado, assim como também os relacionamentos afetivos.

A aparente liberdade gera conflito, principalmente entre os jovens que estão vivendo um momento de transição entre a adolescência e a vida adulta. Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes. A mídia, salvo exceções, contribui para a desinformação sobre sexo e a deturpação de valores. A superbanalização de assuntos relacionados à sexualidade e das relações afetivas, gera confusão e atitudes precipitadas para os adolescentes. E isso, pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade.

Hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas são, em comparações há anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afetivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade, e esta cobrança acaba sendo internalizada, e deste modo, as pessoas acabam assumindo condutas e valores adotados pela maioria.

Os meios midiáticos, através de programas e filmes, inserem uma forte dose de erotismo, aliás, de pornografia. E com isto provocam reações diversas em crianças e adolescentes, que “jogadas” a deriva neste culto ao corpo perfeito e a cultura do sexo, do sensualismo levado ao extremo, não conseguem distinguir qual papel assumir e como vivenciar o momento presente.
Para tanto, há vários meios poderosíssimos. A música, por exemplo, já não denota a poesia, a letra não nos transmite idéias concretas ou sentimentos. Apenas a sexualidade é a abordada de forma leviana (em alguns casos). A família é ridicularizada. Há um enaltecimento da promiscuidade e da condenação. É como se fosse uma nova descoberta do prazer. Esquecem de abordar o preconceito, a rejeição, as doenças, os traumas.

Os nossos jovens vêm sendo ensinados de diversas formas que o casamento é algo falido, que a família é uma instituição ultrapassada, e que a vida é apenas uma aventura. O sexo é tido como mais uma forma de prazer, entretenimento, e não há sentimento, nem compromisso. Aí me questiono: Qual o futuro dessa geração que não sabe o que quer? Não sabe o que são, e nem querem saber! Já nem se importam mais, porque atualmente, o que importante é o que toca, o que faz a cabeça da moçada!

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